terça-feira, 29 de março de 2011

Céu de Plutão

Hoje parece que chove

As nuvens formam formas

E o sol, timidamente quer viver.

Uma cortina de fumaça viva

Cobre os olhos

Secos e cheios de ferrugem

Minhas juntas estralam

Como vidro, minha pele corta

O frio da noite.

Como fio elétrico

Que se desprende

De uma viva rede de alta-tensão

Seus olhos azuis serpenteiam no escuro

Fera viva, lobisomem que uiva

Para um céu de plutão.

Fogo, e chumbo quente

Correm em minhas veias

Correm em meus olhos.

Passos de outrora se confundem

Ao metal fundido que hoje sou

A alma fudida que hoje tenho

Velozes como o tempo

“É tempo de recomeçar”

Os cartazes nos avisam

E uma morna brisa

Banha nossos lares

Os bancos das praças

Como tinta óleo que escorre

E cresce em nossos ossos

Um lago de miscelânea.

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