terça-feira, 29 de março de 2011

A Frente...

A frente? O monitor me encara
E as palavras custam a sair
Mas não sei por que me bate
Toda esta angustia, pois se minha vida
Concentre que é tempo de sorrir.

Ao lado? Uma janela sempre fechada
E a cidade que vive lá em baixo
Como insetos que andam vagarosamente
Vão os besouros de metal
Vivendo enquanto há vida...
E se a vida não tivessem?
Ainda assim viveriam...
Sobre a sombra, de outros sonhos
A morte é viver há soleira dos vivos
É o adormecer para outros acordarem

A vida é um estranho jogo de avessos
Quando cresço percebo que desejo
Mais que crescer, viver
E vivendo mais me aproximo do morrer
Mas a morte não me assusta
Sei que a vida não passa de um delírio
E a morte em seu mistério
Talvez seja o que há de serio
A se pensar sobre o que podemos fazer
Há quem diga que alem das janelas de terra
Nada pode existir
Mas morrer é dormir
Um sono tão profundo
Que jamais acordamos
E a vida ironicamente
Talvez não passe de um sonho
Coletivo dos que dormem
Mas que na verdade estão acordados
E após depois de cansados de dormirem
(ou de ficarem acordados)
Resolvem acordar
(ou acordar....)
E assim fazemos nosso ciclo de natalidade...
Talvez seja só bobagem
E dessa vida não se leva
Uma só lembrança
E toda essa esperança com paraísos
Seja a maior furada.

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